Que te Inspira: Atitudes que nos Inspiram

Entre 2010 e 2020, 124.730 brasileiros receberam um transplante, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Após o procedimento, o paciente precisa passar por um processo de acompanhamento para saber se o organismo vai se adaptar ao novo órgão. Algumas pessoas conseguem passar tão bem pelo processo que podem retornar a uma vida comum, ou, além: serem atletas. Sendo assim, para quebrar as barreiras e os mitos que existem em torno de quem é transplantado, foi criada no início de 2022 a Liga Nacional de Atletas Transplantados.
Um dos idealizadores é o Educador Físico Ramon Lima, que, em 2020, passou por um transplante de rim, o qual é o tipo mais comum do procedimento no Brasil, sendo cerca de 68,7% deles. Após o processo médico, o profissional se recuperou e retomou uma das paixões: a corrida de rua.
“Vi no esporte uma maneira de divulgar a doação de órgãos e desmistificar a ideia de que o transplantado é alguém com muitas restrições e que não pode se exercitar”, disse Ramon. Sendo assim, após conhecer outras pessoas transplantadas que realizam atividades físicas, o educador físico, junto de outras pessoas inspiradas, resolveram fundar a Liga. O objetivo é reunir ainda mais atletas transplantados.
Para parte das competições realizadas no Brasil, a Liga estabelece que podem participar atletas entre 4 e 80 anos, que tenham sido transplantados há pelo menos um ano. Para isso é preciso estar clinicamente apto e treinado para os eventos inscritos.
Um dos mais novos desafios é representar o Brasil no World Transplant Games, uma espécie de Jogos Olímpicos para atletas transplantados. O próximo evento será em abril de 2023, em Perth, Austrália. Serão disputadas competições de Atletismo, Badminton, Basquete, Ciclismo, Dardos, Golf, Corrida de rua, Natação, entre muitos outros. A participação no evento depende, exclusivamente, dos atletas e, por isso, alguns já começaram campanhas de arrecadação, para que apoiadores possam ajudar nos custos.
De acordo com o médico nefrologista e coordenador do Serviço de Transplante Renal do Hospital Universitário Cajuru em Curitiba, Alexandre Bignelli, quanto mais atividade física for feita por quem passou pelo procedimento, menor é a chance de uma nova internação. Bignelli ainda disse que um estudo da Universidade Nacional Yang-Ming, em Taiwan, mostrou que cientistas coletaram dados sobre a saúde e a frequência de práticas aeróbicas de 4,5 mil pacientes com perda das funções dos rins. Notou-se que, ao cruzar as informações, a prática de exercícios fez diminuir 17% o risco de evoluir para fases mais graves da doença.
Por isso o médico destaca a importância de aumentar o número de doadores, para que cresça o número de pessoas transplantadas. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, 53,2 mil pessoas aguardam por um órgão.
“Acredito que seja preciso o entendimento da população sobre a importância de se declarar doador de órgãos. Esse gesto pode salvar vidas de pacientes como o Ramon, que ressignificou a vida após receber um novo rim”, finalizou Bignelli.
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