Minirredes: energia limpa acessível

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#pracegover: Na imagem, uma cidade vista de cima, com título “Minirredes: energia limpa acessível”.

Em Malawi, mais especificamente no vilarejo de Zomba, a eletricidade chegou no ano de 1994, mas mais do que apenas casas, essa iluminação elétrica também atingiu os corações da pequena cidade, mudando suas vidas. Tombo Banda, uma engenheira comprometida com a expansão do acesso à energia limpa, presenciou, em seu vilarejo natal, a substituição das lamparinas a querosene, que irritavam os olhos e limitavam as atividades noturnas. Com a eletricidade, as famílias puderam estudar mais à noite, abrindo novas oportunidades.

No entanto, a realidade energética de Malawi e de grande parte da África Subsaariana ainda é preocupante. Menos de 15% da população malawiana tem acesso à eletricidade, o que representa mais de 500 milhões de pessoas na região vivendo sem luz elétrica. 

A expansão das redes elétricas tradicionais para áreas remotas é um processo demorado e custoso. Nesse contexto, as minirredes emergem como uma solução inovadora e adaptável. Esses sistemas autônomos de geração de energia geralmente utilizam painéis solares, baterias para armazenamento e, em alguns casos, turbinas hidrelétricas, permitindo operação independente ou conectada à rede principal.

As minirredes são uma solução rápida e econômica de implementar, tornando-se ideais para comunidades distantes como Zomba. Além de reduzir custos, essas soluções oferecem flexibilidade para se adaptarem às crescentes demandas energéticas locais. Elas podem incluir sistemas de backup e tecnologias de gestão inteligente, maximizando a eficiência e a confiabilidade do fornecimento. Sob a liderança de Tombo Banda no Mini-Grid Innovation Lab da CrossBoundary em Nairobi, o projeto visa aprimorar a viabilidade econômica das minirredes. Iniciativas como o financiamento de aparelhos que aumentam o consumo de energia têm demonstrado resultados significativos.

Um exemplo notável ocorreu na comunidade de Long’ech, onde a introdução de uma máquina de gelo, financiada por um programa de minirrede, melhorou substancialmente a conservação de alimentos. Antes da máquina, os moradores usavam métodos tradicionais e muitas vezes ineficientes. Com a nova tecnologia, os pescadores conseguiram preservar o peixe fresco, aumentando sua qualidade e potencial de venda. Além de otimizar a conservação dos produtos, a máquina de gelo possibilitou o transporte de mercadorias para mercados distantes, ampliando as oportunidades de venda e aumentando a renda dos comerciantes locais. O aumento do consumo de energia resultante também elevou as receitas da minirrede, vital para sua sustentabilidade financeira.

Com isso, observando a demanda crescente, é justificado o investimento nas minirredes, dessa forma evidenciando também como o acesso à energia elétrica pode impulsionar a economia local. Assim, as minirredes não apenas fornecem a infraestrutura necessária, mas também promovem um ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico e sustentabilidade. Hoje, Tombo Banda utiliza da sua experiência para transformar as minirredes em uma alavanca de transformação social, contribuindo para o objetivo de acesso universal à energia sustentável até 2030, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Inspire-se!

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